Jorge Drexler

25 de dezembro de 2007

"Y que sea lo que sea..."

O primeiro personagem que conhecemos nessa viagem foi Wesser, um simpático e falante uruguaio de Montevidéu.

Entre umas taças e outras de boas vindas a Cabo Polonio, ele deixou escapar que horas atrás havia entrado ao povoado com Jorge Drexler.

Saímos mais tarde para explorar a regiao pela primeira vez. Caminhávamos pela praia do sul da península justamente comentando a possibilidade de encontrarmos o primeiro latino vencedor de um Oscar por uma música.

Naquele momento, virei-me para o lado e Drexler estava sentado na areia olhando-nos. Parecia uma daquelas poesias que ele escreve e que só parecem ter sentido em filmes de Hollywood.

O impulso de correr e comportar-me como um fa descontrolado logo deu espaço para um largo sorriso e um breve aperto de mao.

Ali nos sentamos e trocamos algumas idéias sobre seu trabalho, o Brasil e o futuro de Cabo Polonio.

Com aquela longa conversa, que certamente deve ter durado alguns breves minutos, conhecemos parte de sua família, sua cunhada, seu irmao Daniel e seu sobrinho.

E assim continuamos conhecendo mais sobre eles e sobre nós mesmos.

Edu

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Cabo Polonio

24 de dezembro de 2007


" Es ahora si no demora"

Como dizem por lá, "as pessoas dali guardam segredo".
Mas nao sao apenas as pessoas que guardam segredos. A regiao reserva atracoes capazes de surprender qualquer viajante mais experiente.

Polonio é um vilarejo a 300 km de Montevidéu e se une ao continente por uma faixa de areia rodeada de dunas.

Ali há dunas que invadem o mar, a maior concentracao de lobos marinhos do mundo e centenas de navios naufragados que aparecem enterrados na areia de acordo com a forca dos ventos.

Ali passamos momentos mágicos na cabana da Nancy, uma uruguaia que nos recebeu muito bem em sua casa e nos contou segredos que, segundo ela, nao conta para muitos viajantes que passam por lá.

Estamos agora saíndo de Montevidéu em direcao a Colonia.

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Nossa primeira surpresa

(Saíndo de Porto Alegre)

O tempo é mesmo inconsumível.

Passamos 9 meses preparando uma viagem mochileira para acampar durante um mes na Patagonia, e eis que nos hospedamos em um hotel 5 estrelas em Porto Alegre.

Deveríamos ter chegado em Montevidéu a 1h15 das manha do dia 21 de dezembro, mas por um problema técnico na pista do aeroporto de Porto Alegre, fomos convocados a nos retirar da aeronave para seguirmos viagem mais tarde.

A nossa planejada viagem comeca a tomar o caminho do (des) planejado, e isso é bom!!!

Comecamos a conhecer um pouco mais sobre eles e sobre nós mesmos.

Edu e André

PS: Desculpem a falta de acentos, mas os tecladinhos internacionais sempre dao um banho nos estrangeiros.

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Vai começar...

19 de dezembro de 2007


"Faça o que deve ser feito, nada mais, nada menos"

Hoje começamos a escrever uma nova história. A história daqueles que sonharam, planejaram e não tiveram medo de colocar em prática o sonho sonhado.
Por fim começamos a rascunhar as primeiras letras de uma história que começou lá atrás e que não se cansa de querer ser História, assim mesmo com maiúscula. Aquela História, que na mémória de todos, quis ser apenas uma história, mas insiste em retomar a Históri, uma massa circulante que vai e volta.
Embarcamos hoje para Montevidéu, nossa primeira parada técnica antes dos 12 segundos de escuridão de Cabo Polônio.
Prometemos alimentar esse blog com a mesma rapidez de quando a alma pede luz. Na medida do possível, e quando a energia elétrica nos permitir, enviaremos notícias nossas.
Abraços,
Edu e André.


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Novas notícias

16 de dezembro de 2007



Caros leitores,

O projeto "Sobre eles e sobre nós mesmos" continua tramitando no MINC depois dos contratempos sincrônicos das últimas semanas.

A proposta foi aprovada na última reunião do Ministério da Cultura, ainda que com um drástico corte no orçamento, e agora deverá ser revista nos próximos dias.

Gostaríamos de desculpar-nos pelo silêncio, mas esse se fez necessário diante dos fatos que decidiram ser fatos de fato.


"O tempo é o nosso maior alimento(...) Rico só é o homem que aprendeu, piedoso e humilde, a conviver com o tempo, aproximando-se dele com ternura, não contrariando suas disposições, não se rebelando contra o seu curso."

("Lavoura Arcaica" - Raduan Nassar)

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Os fatos

24 de novembro de 2007



A nossa história será escrita com imagens, letras e sons, como todas as boas histórias.

Nossas imagens serão as da América do Sul; suas letras, o que a gente daquele lugar quiser nos contar; e os sons, as melhores músicas que a região nos tocar.

Justo nesta semana em que o projeto "Sobre eles e sobre nós mesmos" dá mais um avanço (daquele que gela a alma e esfrega o seu rosto mais perto ainda do desafio), ouvi um poema do Chico Science (sim, o que ele fez só pode ser classificado como poema) que resume os nossos últimos meses de ansiosa espera por novas boas notícias.



"Deixar que os fatos sejam fatos naturalmente, sem que sejam forjados para acontecer. Deixar que os olhos vejam pequenos detalhes lentamente. Deixar que as coisas que lhe circundam estejam sempre inertes, como móveis inofensivos, pra lhe servir quando for preciso, e nunca lhe causar danos morais, físicos ou psicológicos"
(Chico Science - Jorge Du Peixe)


E foi deixando que os fatos fossem fatos de fatos que o projeto no MINC deu mais um importante passo e em breve estaremos pensando novos fatos.
Edu






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Rituais

17 de novembro de 2007

"Vá até onde puder ver; quando lá chegar poderá ver ainda mais longe."
Goethe


Rituais são aquelas cerimônias que nos levam longe, ao mais ancestral da alma. Reunem pessoas, trazem à tona perturbações, elaboram-nas e indicam caminhos.
Participei de alguns nos últimos anos: católicos, africanos, budistas, espíritas, incas e indígenas. Encontrei-me em todos eles e deles saí renovado.

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A fotografia

13 de novembro de 2007

"A boa fotografia não precisa de cor"


" Você olha uma fotografia em preto e branco e se satisafaz com ela. A gama de tons entre o branco limpo e o preto absoluto, com todos os tons de cinza que estão ali, já satisfaz"



"Fotografia é geometria"




" A geometria está para a fotografia assim como a gramática está para o texto"




" Sem geometria não há fotografia"




Texto: Flávio Damm; Fotos: Eduardo Vessoni

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Onde estamos?

6 de novembro de 2007


Um estudo realizado pela Ipsos, empresa francesa especializada em pesquisa de opinião, divulgou que "77% dos brasileiros não acham São Paulo no mapa". Essa informação seria mais alarmante não fosse outra conclusão tirada pela empresa:"50% não conseguem achar no mapa múndi o seu próprio país".


Os resultados da pesquisa são dignos de arrepiar qualquer professor de Geografia ou História, esses profissionais que têm a dura missão de convencer-nos de que o rio Amazonas, por exemplo, tem 5.825 km com rios afluentes como Xingu, Tapajós e Jari.


Mas ainda há um consolo. A situação é pior quando o assunto é a América do Sul (para não irmos muito longe).


Nestes anos como professor de língua espanhola fui testemunha de frases memoráveis sobre a região como "lá na América Latina eles comem arroz e feijão?", "já que você vai pra Bolívia, você pode me trazer um charuto de Cuba"(???), "a Dinamarca é um país hispano-falante". Um pecado capaz de fazer qualquer jesuíta revirar no túmulo!!!


Mas logo esses alunos são perdoados.


Quando analisamos momentos históricos entre o Brasil e a América Hispânica, concluimos que esse não é um problema atual. Desde a chegada dos primeiros europeus em terras americanas, o nosso país esteve (e parece estar ainda) de costas para os vizinhos, uma vez que as afinidades e os interesses comuns estiveram marcados por uma tradição cujo centro era a Europa, e posteriormente os Estados Unidos.


Brasileiros conhecem muito mais sobre capitais européias e norte-americanas do que os fatos que acontecem logo ali depois do Rio Grande do Sul. Para eles, a América Latina fica muito mais distante do que os parques temáticos do complexo Disney.


Nosso projeto, em nenhum momento, pretende desenvolver teorias sobre a América Latina e os seus problemas políticos e sociais, reservamos esse papel a pessoas muito mais competentes para tal. "Sobre eles e sobre nós mesmos" é a necessidade, e o desejo, de transformar em letras e imagens as nossas (re)descobertas neste continente.


Para nós, não nos importa que o nosso público/testemunha seja capaz de apontar corretamente a Bolívia no mapa múndi, mas sim que ele se permita ir além do que já foi dito, ou imaginado, sobre a América do Sul.
Edu
"O Brasil é e, ao mesmo tempo, não é a América Latina" (M.Lígia Coelho Prado)





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Só Deus sabe

28 de outubro de 2007


Só Deus sabe, ou seja lá quem for, o motivo de certas coincidênias (ou seria "sincronicidade" a palavra certa?) que unem pessoas, tecem histórias e concretizam fatos.
A vida é cheia dessas surpresas que apenas conseguimos entendê-las depois de havê-las vivido.
Algumas histórias começam longe, nos convocam e nos obrigam a vivê-las, queiramos ou não.
"Só Deus sabe", co-produção entre o México e o Brasil, é o resultado feliz da sintonia que pode haver entre países tão distantes geograficamente, mas, ao mesmo tempo, tão próximos culturamente. Apesar da distância, da língua e da cultura, encontramos semelhanças que nos aproximam de tal forma a esquecer de qualquer outra barreira.
Dolores e Damián protagonizam uma viagem que começa em Tijuana (extremo norte do México) e termina na Bahia, essa terra capaz de reunir, democraticamente, todas as religiões.
Assim como a América Latina, o encontro dos dois é marcado por um sincretismo religioso que acompanha os personagens ao longo do filme. Candomblé e catolicismo dão suporte para que os dois possam completar a sua história.
Cada um de nós tem a sua história, e essa deve ser cumprida. E só Deus e nós sabemos quando.
Edu e Dé

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Você já viajou hoje?

24 de outubro de 2007

Salar do Uyuni - Bolíva (dez. 2005)

"Esteja no mundo como se você fosse um desconhecido ou um viajante."

Ouçam "The Travelers" do Atman (http://mpbaby.com/mcd/conteudo/artdeta.php?cod_art=4)


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"Las vidas posibles"

21 de outubro de 2007

(cena do filme "Las vidas posibles")

Alguns filmes conseguem tão bem transformar imagens em sentimentos que quando saímos da sala temos a sensação de haver voltado de uma viagem real. Esse é o caso do filme argentino Las vidas posibles da diretora Sandra Gugliotta, visto em algumas sessões da 31ª Mostra Internacional de Cinema.
Na gélida e distante Patagônia, os personagens saem e chegam todo o tempo. Estão em busca de pessoas, de sentimentos e de si mesmo.
Os tons azuis e amarelos são as cores predominantes em quase toda a obra, e os diálogos, curtos e raros, dão voz à silenciosa Patagônia.
E é ali que a partir de 20 de dezembro começaremos nossa rota pelas "rutas" silenciosas e distantes patagônicas.
Edu

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Quem somos?

17 de outubro de 2007


"Nós, latino americanos, temos um Luís XIV acocorado no fundo da alma"
(Manual do perfeito idiota latino americano)

(Cholula - México)

A nossa História, essa que somos forçados a engolir durante os anos escolares, não é a nossa verdadeira História.
A nossa identidade, a nossa cultura e a nossa memória estão estabelecidas a partir de modelos "importados" e impostos pela Europa. Somos uma reprodução fiel daquele modelo, nossa História é narrada a partir da História do além-mar.
Lembro-me do dia em que cheguei à cidade mexicana de Cholula, uma cidade que foi, no período pré-colombiano, local de peregrinação e um importante centro comercial.
Ali visitei, com certa frustração e assombro, o Convento de San Gabriel, construção de 1529 que está sobre um templo asteca de em uma zona arqueológica importante do período da Mesoamérica.
Sob aquela pirâmide esconde-se o passado indígena e em seu cume repousa a prova de civilidade que um dia parece ter salvado aquela gente da selvageria e do caos.
Ainda que não tenhamos o México como destino, nosso projeto busca percorrer um caminho contrário e apresentar ao brasileiro uma América Latina que seja mais do que um lugar selvagem e exótico cuja História esteve em mãos européias.
Queremos poder contar-lhes que a nossa História começou a ser escrita muito antes e que nos lugares mais remotos deste continente ainda se guarda a nossa verdadeira História, pois essa gente não se cansa de escrevê-la e, se preciso, reescrevê-la.

Edu

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O tempo

16 de outubro de 2007

(Relógio Inca)

Quantas vezes já não dissemos "Como o tempo está passando rápido!", "Nossa, esse mês parece que voou".
A gente parece que se acostuma com a rotina e não percebe as coisas que acontecem todos os dias. Mas quando você sai da sua rotina o tempo parece não passar. E por acaso existe melhor jeito de mudar essa nossa relação como o tempo do que viajando?
Fico pensando em quantas coisas vamos ver e aprender nesse projeto e tenho a impressão de que esses 12 meses vão demorar 5 anos para terminar.
Essa nossa viagem no final do ano, pelo menos para mim, vai ser uma grande preparação para o projeto. Vai ser a minha viagem mais longa.
Não vejo a hora de embarcar para o Uruguai para poder começar a sentir o gostinho do projeto.

André

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Patagônia (fim do ano)

14 de outubro de 2007


O sucesso ou o fracasso de uma viagem dependem de um bom planejamento anterior à saída. E é justamente isso que estamos fazendo há alguns meses para a nossa próxima viagem (na verdade é o nosso ensaio até que o projeto não se concretize).
Hoje, finalmente, conseguimos fechar o nosso roteiro de 30 dias para o fim do ano.
Conseguimos estabelecer um roteiro a partir de três lugares muito especiais:

Cabo Polônio: uma cidade singular a 300 Km de Montevidéu (Uruguai) onde 40 famílias vivem ao redor de um farol e dividem espaço com uma das maiores colônias de lobos marinhos do mundo;

Península Valdés: cidade argentina a 1.400 km ao sul de Buenos Aires localizada na Patagônia Atlântica. Nossa cidade de apoio será Puerto Pirámide, e será dali onde saíremos para lugares como Salinas Grandes, Punta Delgada e Caleta Valdés.
Puerto Deseado: Mais ao sul, ainda na Patagônia Atlântica, e longas horas de solitária e reflexiva viagem pelas carreteras da região, esse será outro destino especial. Dali partiremos a lugares ainda mais distantes como a pequena Fitz Roy e o Bosque Petrificado.
Excluir destinos tão especiais na América do Sul não foi uma tarefa fácil, mas foram essas paragens que escolhemos como cenário para as sensações e histórias que queremos contar.

Edu

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O roteiro

13 de outubro de 2007

O roteiro de uma viagem é feito para ser desfeito mais adiante, é um imprevisto previsto com certa antecedência.
Nosso projeto está proposto a partir de um roteiro-tronco que nos orientará em terras sul-americanas. O verbo "prever", do latim praevidèo ("ver antes") será solidário, na medida do possível, com o "improviso", palavra também de origem latina (improvísus, inesperado, repentino).
Pedimos desculpas antecipadas aos nossos leitores-testemunhas se, em algum momento, frustrarmos as suas expectativas, mas a improvisação será fundamental para o enriquecimento do nosso produto final.
Hoje divulgaremos, em primeira mão, o nosso roteiro "sobre eles e sobre nós". O que se verá abaixo é, obviamente, um brevíssimo resumo dos lugares que nos hospedarão durante 12 meses:
  • Nossa primeira parada será na região das Missões Jesuíticas, onde consideramos ser o início da identidade dos habitantes de regiões como o sul brasileiro, e partes da Argentina e do Paraguai;
  • Dali, e já em território hispânico, começamos nosso (re)descobrimento de terras distantes, e ao mesmo tempo tão próximas a nós. Cidades "desconhecidas" como Rocha, Valizas e Cabo Polônio abrem nosso roteiro pelo Uruguai;
  • Partimos então para a Argentina, via Colônia (no Uruguai) em direção à Patagônia Atlântica para, mais adiante, alcançarmos a Patagônia Andina;
  • E será ali onde daremos a volta no fim do mundo para voltarmos ao mundo, agora em terras chilenas. A "carretera austral" será nossa via de acesso para chegarmos à região dos Lagos.
  • Alguns dias mais tarde, e na hora marcada, deveremos estar em Santiago, pois os moais de Páscoa são precisos. Na volta, daremos uma escapada à região de Mendoza (outra vez em terras argentinas) para revermos alguns amigos em Puente del Inca.
  • Mas não podemos perder o norte, por isso seguiremos pelo Chile até o desértico Atacama, via de acesso a outra região desértica, mas agora em terras bolivianas, o Salar do Uyuni.
  • Pela Bolívia, chegamos ao Peru e a civilizações importantes como as de Nazca e Cuzco.
  • Outra vez o norte será o nosso destino, pois ali encontraremos impressionantes cidades equatorianas como Puerto López, Otavalo, Guayaquil e a Ilha de Galápagos.
  • Nosso destino seguinte será a Colômbia, país cuja capital Bogotá será nossa primeira parada. A essa altura, e alguns meses depois, nosso diário de bordo já estará marcado pelos contrastes geográficos e históricos, de modo que não poderíamos deixar de conhecer o Caribe colombiano;
  • De volta à capital, tomaremos um avião até a capital do país vizinho, a Venezuela. Em Caracas iniciamos nosso roteiro pela savana até chegarmos a Canaima.
  • Nosso destino seguinte será Santa Elena de Uiarén, cidade de onde já começaremos a sentir cheiro de terras brasileiras.
  • Algumas horas depois estaremos em Boa Vista, onde termina o nosso projeto (termina???)
  • 365 dias depois estaremos dentro de um avião com destino a São Paulo, cansados, cheios de histórias e totalmente renovados.

Edu e André

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Miedo

10 de outubro de 2007


"Tienen miedo del amor y no saber amar

Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz

Tienen miedo de pedir y miedo de callar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar

Tienen miedo de la noche y miedo del azul

Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar

Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva

El miedo es una trampa que atrapó al amor

El miedo es la palanca que apagó la vida

El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão

Tenho medo da vida e medo de morrer

Tenho medo de ficar e medo de escapulir

Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar

Tenho medo de esperar e medo de partir

Tenho medo de correr e medo de cair

Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo

O medo é uma casa aonde ninguém vai

O medo é como un laço que se aperta em nós

O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar

Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser

Tienen miedo de decir y miedo de escuchar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar

Tenho medo de amarrar e medo de quebrar

Tenho medo de exigir e medo de deixar

Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia

O medo é uma armadilha que pegou o amor

O medo é uma chave, que apagou a vida

O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo

El miedo es una casa donde nadie va

El miedo es como un lazo que se apierta en nudo

El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo

Medo de dobrar a esquina

Medo de ficar no escuro

De passar em branco, de cruzar a linha

Medo de se achar sozinho

De perder a rédea, a pose e o prumo

Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão

O medo circulando nas veias ou em rota de colisão

O medo é do Deus ou do demo

É ordem ou é confusão

O medo é medonho, o medo domina

O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar

Medo de calar a boca, medo de escutar

Medo de passar a perna, medo de cair

Medo de fazer de conta, medo de dormir

Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer

Medo de se amargurar pelo que não se fez

Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H

Medo de morrer na praia depois de beber o mar

Medo... que dá medo do medo que dá

Miedo... que da miedo del miedo que da" (Lenine)

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Por que viajar?

9 de outubro de 2007

"O mundo é um livro, e os que não viajam acabam lendo só uma página"
(Santo Agostinho)


Todo viajante precisa de um motivo que justifique fazer as malas e se mudar, ainda que temporariamente, para uma nova "casa".
Alguns saem de férias para um longo passeio em terras diferentes; outros viajam a trabalho para uma daquelas reuniões de negócios cujas discussões giram em torno de altas cifras.
Há aqueles que vão a outras paragens para rever a família e voltar às origens, mas há também os que vão em busca de origens. Nesse grupo, podemos incluir também os que saem de casa para visitar amigos, fazer amigos (e desfazê-los mais tarde).
Há os que vão ao encontro de antigas paixões, e os que vão em busca de uma nova paixão.
Outra categoria de viajante é aquele que deixa a monotonia da cidade para se satisfazer em meio às novidades do mundo consumista do Primeiro Mundo, ainda que esse fique no Terceiro Mundo. O destino e suas atrações históricas e culturais não são relevantes, desde que haja um centro comercial abastecido de novidades e bugigangas inúteis que serão descartadas alguns meses depois do desembarque.
Mas há também os viajantes aprendizes. Aqueles que nas férias escolares saem para...estudar. Consomem livros, compram dicionários, vão a museus e ficam em residências de locais.
Há também os que vão para ver nascer um novo membro da família, mas há aqueles que vão para enterrar um membro da família. Há aqueles que vão para rir, e aqueles que vão para chorar; aqueles que vão consolar, e aqueles que querem ser consolados; há aqueles que vão, e aqueles que chegam; há os que decolam, e os que aterrizam; os que entram e os que saem.
Há também os que vão para ensinar enquanto os outros estão para aprender; há os que vão para falar, e os que vão para ouvir. Tem gente que não vai nem para falar, nem para ouvir: vai para sentir.
Há os que vão muito antes e só conseguem chegar muito tempo depois.
Somos uma soma, e uma multiplicação, de todos esses viajantes. Mas a nossa maior justificativa para deixar nossas casas é o desejo de deixá-las para encontrá-las, 12 meses depois, no mesmo lugar, porém com a alma modificada.

Edu

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Diários de Motocicleta

8 de outubro de 2007


(Diários de Motocicletas)

"Nasci na Argentina; não é segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino
, se não se ofenderem os ilustríssimos latino-americanos, me sinto tão patriota da América-Latina, de qualquer país da América-Latina, como qualquer outro e, no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar minha vida pela libertação de qualquer um dos países latino-americanos, sem pedir nada a ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém..."Ernesto Guevara 11/12/64

Hoje comemoram-se os 40 anos da morte de "Che Guevara". Ele que não é apenas uma foto numa camiseta, que algumas pessoas usam sem conhecer direito os motivos que o levou à luta. Che tinha o sonho de ver a América Latina livre da opressão e unificada. Esse nosso projeto tem muito em comum com a viagem feita por Che pela América Latina retratada no filme Diários de Motocicletas, mesmo tendo um roteiro diferente do dele. No fundo almejamos a mesma coisa. Buscamos conhecer além das belas paisagem dessa parte do continente, queremos aprender com esse povo.
André

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Árido Movie

7 de outubro de 2007


"Porque é e não é. Mas já está sendo" (Meu Velho - Árido Movie)
Hoje entendi o significado dessa empreitada.
Para poder ser, ela precisa não ser. Mas ainda assim ela não deixa de ser. Já está sendo... É só esperar o tempo...Faltam 5 minutos.
Para entender melhor essa lógica, hoje recomendamos o excelente "Árido Movie", um filme brasileiro que, como nós, resolveu quebrar paradigmas. www.cinereporter.com.br/scripts/monta_noticia.asp?nid=1275 - 22k -
Abraços,
Edu

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A proposta em detalhes

6 de outubro de 2007

(Puente del Inca - Mendoza)

Este projeto surge do nosso interesse em aproximar culturalmente países sul-americanos e o Brasil, pois essa região ainda é, ao mesmo tempo, tão próxima e tão distante do Brasil. Queremos apresentar e discutir com vocês outras imagens sobre eles e sobre nós mesmos, a partir da nossa experiência e estudos em pequenas cidades da região.
Este projeto apresenta um novo olhar sobre a América do Sul. Queremos poder contar que essa parte sul do planeta não é apenas o lugar do carnaval e da violência, que aqui não somos apenas um povo exótico de hábitos indígenas.
A primeira etapa do projeto, que tem duração de 12 meses, será seguida pela edição de um livro onde relataremos a nossa experiência e mostraremos imagens feitas nas cidades pelas quais passaremos. Uma exposição dessas imagens também está programada para o lançamento do livro.
A terceira e última etapa (será realmente a última?) talvez seja a mais significante e desafiadora de todas: a divulgação em instituições públicas do Ensino Médio e Superior do que aprendemos e sentimos ao longo do trajeto.
Significante, pois a essa altura nossas almas já terão dado a missão por cumprida. Desafiadora pois teremos como público jovens que têm como referência internacional os E.U.A., e que pouco conhecem da América Latina. As informações, raras, que chegam via meios de comunicação são resultados de um imaginário que se tem dessa região, e que vêm carregadas de representações sociais dominantes que acabam afastando-os dos vizinhos sul-americanos.

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"Didgeridoo" na cidade do Uyuni

5 de outubro de 2007


(Fred tocando "didgeridoo" na cidade do Uyuni - Bolívia)
"Quando o ego desaparece, você se torna simplesmente um bambu oco, um instrumento de sopro nos lábios de Deus." (Osho, Come, Come, Yet Again Come)
Uma viagem pela América Latina hispânica é capaz de potencializar alguns sentidos no ser humano. A minha por terras incas foi acompanhada, sobretudo, por diversos sons e imagens durante 25 dias nos desertos boliviano, chileno e peruano.

A natureza esconde "instrumentos" sagrados de elevação espiritual como a água, a terra, o fogo e o ar. Dali saem sons que tocam fundo na alma e nos transportam.

Uma de minhas experiências de contato com esses sons foi o “didgeridoo” que o Fred e eu carregamos em nosso roteiro de 2005. Esse instrumento musical ancestral de origem australiana foi a nossa trilha sonora nas horas mais difíceis e solitárias do roteiro. Quando estávamos nos lugares mais longínquos, nosso diálogo com Eles vinham da extremidade desse tubo oco.

Esse instrumento era capaz também de atrair pessoas ao longo da nossa viagem, como se pode ver na foto acima, quando chegávamos à cidade do Uyuni, na Bolívia.

Para conhecer mais, e ouvir alguns sons que esse instrumento é capaz de produzir, recomendamos esse excelente site: http://www.didgeridoo.com.br/

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Imprevisível

4 de outubro de 2007

(Parque do Ibirapuera)

Antes de viajar para qualquer lugar é preciso fazer um roteiro, tentar saber um pouco mais sobre o destino, para ter uma idéia do que fazer e conhecer, mesmo que o roteiro mude completamente depois. Mas uma das coisas que é impossível de se prever é quem você vai conhecer.
Essas pessoas vão fazer parte da viagem, sendo impossível lembrar dela sem falar deles.
Aí começa a troca de experiências, o que realmente vai te fazer vai te mudar. Elas fazem com que você enxergue a sua vida de outra forma.
Em Puente del Inca conhecemos pessoas incríveis, que estavam viajando há vários meses, conhecendo lugares que nós queríamos conhecer.
O mais extraordinário disso tudo foi que a viagem de alguns deles tinha como roteiro São Paulo e logo nos oferecemos para hospedá-los quando chegassem. E eles vieram, nos fizeram ver uma São Paulo que nós paulistanos ouvimos falar mas não conhecemos.
Essa é a coisa mais importante desse intercâmbio, aprender a se conhecer melhor e perceber coisas que estão no seu dia-a-dia e que passam despercebidas.


André

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Cordilheiras dos Andes

3 de outubro de 2007

(Cordilheiras dos Andes)
"Somos levados pela vida". Com essa frase, o antropólogo Roberto da Matta, autor do excelente A casa e a rua, abriu a sua coluna de hoje no Estadão.
A frase não poderia ser outra para expressar o momento pelo qual estamos passando. Queremos também ser levados pela vida, conhecer o que há além da vida caótica e mecânica que levamos em uma megalópole como São Paulo.
Lembrei-me da primeira vez que fui ao Chile, em uma fascinante viagem de 60 longas horas por terra a partir do Terminal Rodoviário do Tietê. O que se vê pela janela do ônibus é uma seqüência de sensações que nenhuma viagem aérea seria capaz de proporcionar.
Lembra aquelas aulas de geografia sem sentido que tínhamos? Está tudo lá: serras, montanhas, lagos e rios.
Mas o mais impressionante é, no terceiro dia de estrada, já em solo argentino, começar a avistar as Cordilheiras dos Andes.
A monumentalidade dessa sucessão de montanhas com topos eternamente cobertos de neve percorre a costa ocidental do nosso continente desde a Patagônia até a costa do mar das Antilhas. A imponência do seu 1.800.00 km² nos faz sentir pequenos e frágeis e é ali, quase tocando os céus, somos levados pela vida.

Edu

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O Melhor Aniversário!!!

2 de outubro de 2007

Reunir os amigos para uma grande festa de aniversário é um pouco complicado quando se completa mais um ano de vida em 1º de janeiro, por isso a melhor maneira de comemorá-lo é viajando. E esse era o objetivo no final do ano passado, passar o reveillon no meio das Cordilheiras dos Andes em uma cidade com 60 habitantes, Puente del Inca.

Puente del Inca é um lugar muito freqüentado por turista que vão para a região de Mendoza, porém não queríamos ser mais um turista e decidimos nos hospedar por lá.

O albergue "Refugio" fica numa antiga estação de trem e o pequeno quarto onde nos hospedamos era a antiga sala de espera com três triliches, num estilo exército, um carpete descolando do chão e que não foi limpo durante todo o tempo em que lá estivemos. Não havia os lockers tão comuns nos albergues e as mochilas tinham que ficar espalhadas pelo chão, sair do quarto as vezes requeria uma certa habilidade para não pisar em nenhuma mochila ou outra coisa que estivesse jogada no chão, que ficou ainda pior porque vários mochileiros decidiram passar a virada do ano lá também.

Com o albergue lotado com pessoas de várias nacionalidades e com o final do ano se aproximando resolveram dar uma festa de reveillon no bar. O local era amplo e no centro havia uma plataforma redonda de ferro onde a locomotiva outrora fazia uma volta de 180°, essa foi a nossa pista de dança.

Depois de comer, começamos a beber (muita cerveja) e aí a festa começou. Todo mundo dançando e bebendo esperando para fazer a clássica contagem regressiva.

Quando o relógio marcou meia noite todos se cumprimentaram desejando “feliz ano novo”, saímos do galpão onde estava acontecendo a festa para ver um céu repleto de estrelas e o Edu me desejou feliz aniversário e logo todos estavam me desejando o mesmo. Antes que pudesse perceber as pessoas estavam cantando feliz aniversário em espanhol e depois cantamos em português.
É uma sensação indescritível comemorar o aniversário no meio das Cordilheiras dos Andes com um céu tão cheio de estrelas como eu nunca tinha visto.
Agora só sei que sempre quero passar essa data do ano em um lugar que não está na maioria dos roteiros turísticos. Eu quero o desconhecido!

André

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San Pedro de Casta - De novo e sempre

30 de setembro de 2007

Lugares como San Pedro de Casta, no Peru, são muito particulares. Não figuram em guias de viagem, não fazem parte de roteiros turísticos e quase ninguém nunca ouviu falar.

Esse vídeo que coloco hoje, e que gostaria de dividir com os leitores/testemunhas dessa nossa empreitada, foi feito por um grande amigo, Fred, durante a nossa viagem/descoberta por alguns países andinos do sul da América em 2005 e 2006. No roteiro, que durou exatos 25 longos e emocionantes dias, fomos presenteados pela Pacha Mama.

Chegamos em Casta no dia 05 de janeiro de 2006 durante uma festa protocolar chamada "Cambio de las Autoridades de Vara", uma hierarquia pré-hispânica que perdura até hoje. A festa dura 7 dias e, entre tantas "atrações", tem como função agradecer toda a colheita do ano anterior à deusa da Natureza, a Pacha Mama. O mais lindo de tudo isso, além da simplicidade e da profundidade da festa, é que o Fred e eu éramos os únicos estrangeiros presentes.

Sem dúvida, esse cidade está presente no roteiro do projeto "Sobre eles e nós mesmos".



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Tradução

(Laguna de Horcones - Parque Nacional Aconcágua)

Hoje, Dia Internacional do Tradutor, me lembrei das aulas que tinha na faculdade onde uma professora sempre dizia que "é preciso saber de tudo um pouco" para ser um bom tradutor. E esse projeto é a minha forma de descobrir um pouco sobre outras culturas, outras pessoas e sobre mim de uma forma que livro nenhum conseguiria, vivenciando outras sensações. Transcender o nível da palavra, aprender a traduzir os sentimentos, as sensações, as frustrações e dialogar com o "desconhecido".
Quero não só experimentar tudo isso, mas também tentar "traduzir" a minha experiência para que outras pessoas tenham uma pequena amostra de toda a nossa jornada. E para que os mais sedentos de sensações queiram conferir com todos os seus sentidos uma parte desse mundo de informações chamado América do Sul.

André

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A estrada - Patagônia

29 de setembro de 2007


Para muitos ela é uma rota monótona de acesso ao destino. Poucos conseguem ver o que há além. Mas é nela onde se nasce e renasce; ela não é o fim, é o meio...
Tenho sonhado diariamente com ela, aos poucos, um sonho novo. Certamente ela será o melhor lugar para conhecermos e nos conhecermos. A estrada...
Ontem o Dé começou a antecipar a nossa volta pela Patagônia e por isso aproveito para lembrá-los que ela e suas rotas estão muito bem representadas em um filme argentino chamado Historias Mínimas. Essas histórias mínimas são histórias de pessoas máximas que têm como companheira a solidão da estrada patagônica. E é ali que quero me encontrar.

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Patagônia

28 de setembro de 2007

Muita gente não sabe que a Patagônia, que ultimamente tem aparecido na mídia por conta do aquecimento global, não se restringe às Geleiras. Ela é dividida em duas, a Patagônia Atlântica (ou Interpatagônia) e a Andina.

A Patagônia é rica em fauna marinha com seus lobos e leões marinhos, pingüins e baleias francas austrais, principalmente na Península Valdés, próximo a Puerto Madryn, uma de nossas paradas. Além disso há também ótimos lugares para prática de mergulho, como Las Grutas em Río negro, e bosques com araucárias petrificadas, que fica perto de Puerto Deseado.
E isso tudo só para começar... será que com tanta coisa para fazer a gente consegue chegar na Terra do Fogo?
André

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Buenos Aires

26 de setembro de 2007

(Plaza de Mayo - Buenos Aires)


Coube a mim a difícil tarefa de escrever sobre Buenos Aires.
Seria inútil e cansativo para o leitor enumerar pontos turísticos portenhos. Essa cidade que, embora tenha me recebido tantas vezes, ainda brinca de esconder de mim lugares especiais; a cada despedida trago comigo novas experiências, sensações desconhecidas e outras imagens.
Depois de Colônia, no Uruguai, navegaremos o Rio da Prata rumo à capital argentina, onde esperamos curiosos o desdobramento de novas histórias, assim como o faz tão bem o cinema daquele país.
Buenos Aires consegue ser, ao mesmo tempo, sensível como Elsa e Fred e violenta como Plata Quemada; ora se comporta como os malandros de Nove Rainhas ora como o ingênuo Valentin; às vezes é tão próxima as suas raízes como O Filho da Noiva, mas às vezes é rebelde e distante como O abraço partido.
Ainda assim, se você fizer questão de mais informações sobre Buenos Aires, o primeiro caminho é acessar: http://www.buenosaires.gov.ar/

Edu

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Colônia do Sacramento

Colonia del Sacramento Colônia do Sacramento (Uruguai), declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO, é uma de nossas paradas antes de atravessarmos o Rio da Prata em direção à Buenos Aires.
Colônia destaca-se por ser a mais antiga cidade uruguaia. Sua arquitetura conserva as origens lusitanas, já que foi fundada por portugueses, bem como as ruas estreitas de pedra e as casas decoradas com azulejos de Portugal.

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Cabo Polônio - O que é isso?

24 de setembro de 2007


Cabo Polônio, a 300 Km de Montevidéu, é um daqueles lugares que, quando contamos que esse é o nosso destino das próximas férias, as pessoas franzem a testa e imediatamente soltam um sonoro: “Onde fica isso?” e mais tarde completam a indignação com um frustrado “Ah tá...”
Claro... são poucos os que trocariam seu descanso de fim de ano numa praia badalada de alguma capital nordestina por um estreito de areia rodeado de dunas cercadas pelo Atlântico.
E então por que decidimos trocar o porto seguro do verão brasileiro por um inóspito vilarejo habitado por 40 famílias e 300 mil lobos marinhos?
Porque queremos ir além...

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Prévia

Em 20 de dezembro deste ano estaremos "preparando nossas mochilas" para uma pequena prévia do nosso projeto com uma viagem pelo Uruguai, onde o nosso principal destino é Cabo Polônio, que possui a maior concentração de lobos marinhos. E de lá partimos para a Argentina em direção à Patagônia Atlântica, parando em Puerto Pirámides descendo até o Ushuaia, no Parque Nacional Terra do Fogo onde pretendemos acampar.
Em breve mais novidades dessa nossa viagem!

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Colabore com a nossa viagem deixando dicas de lugares na seção comentários!

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San Pedro de Casta - Peru

23 de setembro de 2007

San Pedro de Casta - Peru Todo mundo tem um lugar onde se encontra em equilíbrio total. Todas as energias são renovadas, o bem conversa com o mal, a alma encontra o corpo, os quatro elementos dialogam... E um dia cada um nós encontramos esse ponto.
O meu se chama San Pedro de Casta, essa cidade peruana que, em um determinado período do ano, mora dentro das nuvens e fica mais perto do céu.

San Pedro de Casta se encontra a 3.350 msnm e se caracteriza pelas ruas de pedra e bonitas varandas de suas velhas casas. Uma enorme igreja se encontra em sua desnivelada praça e é, a partir dali, que se inicia o caminho para Marcahuasi.

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Regras

22 de setembro de 2007

Para entender mais "sobre eles e sobre nós mesmos" decidimos organizar este projeto que consiste na integração sócio-cultural entre o Brasil e os países de língua hispânica da América do sul que resultará em um livro com os registros feitos durante o trajeto com textos sobre as nossas impressões e fotos dos lugares por onde passarmos, além de uma exposição dessas fotos nas capitais do Brasil.

O INTERCÂMBIO:
Esse se dará através da viagem de um ano que faremos para percorrer a América do Sul e para que essa não seja apenas uma mera viagem estabelecemos algumas regras:

  1. A hospedagem, durante o trajeto, se dará em casas de locais;

  2. O transporte será, em sua maior parte, por via terrestre;

  3. A atualização diária deste blog, que será mantido como um diário de bordo.
Posteriormente outras regras podem ser incluídas.
O projeto "Sobre eles e sobre nós mesmos - O Brasil também fica na América do Sul" foi encaminhado ao MINC em 18/09/2007 e agora é esperar pela aprovação para corrermos atrás de patrocínio!

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A Proposta

21 de setembro de 2007

(Puente del Inca, Argentina)

Este projeto surge do nosso interesse em aproximar culturalmente países sul-americanos e o Brasil através do registro de diferentes organizações sociais, costumes, manifestações culturais e a relação dessa gente com o meio ambiente presentes nos países vizinhos, pois essa região ainda é, ao mesmo tempo, tão próxima e tão distante do Brasil.
A História nos mostra que o nosso país esteve, e ainda parece estar, “de costas” para seus vizinhos latinos, uma vez que as afinidades e os interesses comuns estiveram orientados à Europa e aos Estados Unidos. Conseqüentemente, o imaginário que se tem dessa região vem carregado de representações sociais dominantes que acabam nos afastando dos vizinhos sul-americanos.
Queremos apresentar e discutir com vocês outras imagens sobre eles e sobre nós mesmos. Queremos poder contar que ainda existem sociedades que a 5000 metros de altitude sobrevivem de forma harmoniosa sem os traumas da vida moderna em cidades como San Pedro de Casta, no Peru; que na Argentina, em um povoado de 60 habitantes chamado Puente del Inca, é possível encontrar harmonia entre desenvolvimento e meio ambiente.
Nosso projeto apresenta um novo olhar sobre a América do Sul. Queremos poder contar que essa parte sul do planeta não é apenas o lugar do carnaval e da violência, que aqui não há apenas belas praias e estações de esqui destinadas a poucos, que aqui não somos apenas um povo exótico de hábitos indígenas.

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Imagens

1 de janeiro de 2007


Veja todas as imagens já postadas no blog.


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Sobre nós

(Eduardo Vessoni e André Luiz de Lima)
Um era técnico de informática que acabou estudando Letras, foi conhecer a América Latina hispânica e passou o melhor aniversário em plena cordilheira dos Andes; o outro é jornalista que virou professor de espanhol, foi para a América Latina e agora voltou às origens.

André Luiz de Lima
Paulista de Mauá, 30, técnico em Informática pela ETE Lauro Gomes e formado em Letras com ênfase em Tradução e Intérprete pela Unibero, em 2006. Atuou em órgãos públicos do ABC e como tradutor inglês-português. Atualmente, anda muito ocupado fazendo a viagem da sua vida pela América Latina hispânica.

Eduardo Vessoni
Paulistano, 32, formado em Jornalismo pela Universidade São Judas e mestrado em Letras (Análise do Discurso), na Universidade de São Paulo. Atuou como professor de língua espanhola em aulas particulares, cursos livres e em cursos de graduação e pós graduação em universidades. Atualmente, encontra-se tentando encontrar-se na América Latina

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