Nosso (des)Carnaval hippie

26 de fevereiro de 2009

Quando mal começávamos nossa viagem pelo Paraguai, conhecemos um tatuador de Barcelona que terminava um roteiro igual ao nosso, porém que tinha sido iniciado na Venezuela, país onde concluímos a nossa viagem.

O sincrônico planeta Pacha Mama colocou no nosso caminho aquela figura que nos indicou o lugar para o nosso Carnaval: San Marcos Sierras. E foi para lá, em pleno Carnaval mulato e de batuques do Brasil, que passamos o nosso melhor não Carnaval em uma cidadezinha hippie de 3.200 habitantes.

E ainda assim teve todos os elementos de um autêntico e animado Carnaval:

1) O sambódromo:


2) A arquibancada:


3) O abre alas:


4) O carro alegórico:


5) O samba:


6) A rainha da bateria

7) Cidade lotada

8) Variadas opções de restaurantes:

9) Muito samba no pé:
10) Ensaio geral antes de entrar na avenida:


Depois de San Pedro de Casta, no Peru, e Cabo Polônio, no Uruguai, a minha seleta lista de lugares especiais ganhou o terceiro colocado: San Marcos Sierras, a três horas e meia da capital Córdoba.

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Museo Casa de Che Guevara


A figura do Che já está tão popular quanto qualquer personagem de sucesso infantil do último verão. A imagem desse revolucionário que lutou por uma América Latina melhor há tempos tranformou-se em estampa de camiseta, boinas e bottons.

No entanto, visitar a casa desse jovem argentino de Rosário que, aos 4 anos foi para Alta Gracia por recomendação médica, foi uma das primeiras fortes emoções da nossa viagem.


Ernestito viveu em Alta Gracia, a 36 km da Códoba, dos 4 aos 16 anos devido a suas constantes crises de asma. Sua casa é, hoje, um pequeno e completo lugar de visita com objetos, móveis e fotos da época.

O ponto máximo da visita é a sala onde está a réplica da boa e velha La Poderosa, a moto Norton que Che e seu amigo Albeto Granado utilizaram para cruzar as fronteiras da desigualdade no nosso continente.


Bateu forte na alma ver o mapa que indica o roteiro que os dois amigos fizeram em 1951.



Nossa proposta de viagem não é política e nem tem a pretensão de deixar marcas tão profundas, mas olhar aquele traçado cortando a América do Sul me fez refletir nos sete meses que ainda faltam para cumprir a jornada.

Museo Casa Ernesto Che Guevara
Rua Avellaneda, 501 - Alta Gracia - Tel: (54) (03547) 428-579.
De seg. a sex. das 9h às 20h (no verão) e das 9h às 19h (no inverno), e sáb. e dom. das 9h30 às 20h (verão) e das 9h30 às 19h (no inverno).

museocheguevara@altagracia.gov.ar / museochealtagracia@hotmail.com.

Edu

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Córdoba

'O mundo é o meu chão, o céu é o meu teto'


Com essa frase de uma das letras do Gotan Project terminamos uma longa e quente jornada por pitorescas cidades das serras cordobesas.

(Chegada a La Cumbresita, no vale de Caramuchita)

Subimos La Cumbresita, um vilarejo alemão de construções em estilo alpino; passamos por Villa General Belgrano, onde nos recusamos a pagar $3O por uma cerveja artesanal; e terminamos a viagem em uma simpática cidade declarada Patrimônio da Humanidade: Alta Gracia, sede de fazendas jesuíticas e local onde Che Guevara passou a infância e parte da adolescência.

(Alta Gracia, nas serras cordobesas)

(As serras dee Córdoba ficam no centro da Argentina)

São 11 da noite, o sol se pôs a menos de 2 horas; as costas pingam de suor após qualquer movimento mínimo; as paredes da varanda ainda estão quentes como se fosse meio-dia; e nenhum banho gelado é capaz de refrescar.

Mas o melhor da noite foi receber a notícia de que nossa chegada à El Chaltén, na Patagônia, será apoiada pela única empresa de transporte que liga Bariloche e o sul do continente pela lendária Ruta 40, em uma viagem que vai durar dois dias.
A notícia esquentou os ânimos e a temperatura do corpo. Mas como economizamos na cerveja em Villa Belgrano, terminamos o dia brindando com uma Quilmes de $3,45 que compramos no mercado.
Edu

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Serras de Córdoba

19 de fevereiro de 2009

(Catedral de Córdoba)


Seguimos a viagem pela trecho argentino e nossa maior surpresa foi subir as belas serras cordobesas, no centro do país. Passamos dois dias em lugares pitorescos como La Cumbresita, General Belgrano e Alta Gracia.


Em Córdoba, estamos na casa de uma família que está fazendo muito bem o papel da nossa família e amigos que tivemos que deixar por alguns meses. Nilda, Emi e a pequena Renata são nossos apoios espirituais neste momento e responsáveis por levar-nos a lugares mais distantes.


O corpo tem aguentado bem a caminhada e os excessos, mas a alma já começou a se manifestar e os sentimentos estão surgindo com mais força.

Nos próximos dias, começamos a dura e fria tarefa de descer à Patagônia para cruzar para o Chile e a Carretera Austral, um dos nossos primeiros grandes pontos do roteiro.

Abs,
Edu

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Misiones Argentinas

13 de fevereiro de 2009

(Formas e cores nas Missões da Argentina)
Deixamos o sul paraguaio em um ônibus que comprovou que não é verdade a teoria de que "dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço". Naquele curioso meio de transporte, vários corpos cabem em um mesmo espaço. Sobretudo se o ônibus é paraguaio e tem como destino Encarnación, na fronteira com a Argentina.
42 passageiros sentados e quase o dobro em pé. Surreal!!!
Chegamos sujos, suados e com uma vontade louca de largar tudo e voltar para casa.
Cruzamos a fronteira com a Argentina sob um sol desértico que ultrapassava os 30°. Estávamos imóveis no ônibus com receio de nos desfazer quando uma simpática senhora nos ofereceu terere, a versão gelada do nosso chimarrão. E era feito com soda!!!!! Nunca havia bebido algo tão elevado (erva mate e Sprite são a melhor combinação, pelo menos quando se está saíndo do Paraguai).
No entanto, todo esforço vale a pena quando a alma quer se elevar. E nosso destino seguinte foram as impressionantes ruínas de Misiones, no nordeste argentino.
Cores e formas desenharam nossa próxima parada.
Agora estamos arrumando as malas para subir a serra no centro argentino. Continuamos ainda muito perto do Brasil (a apenas 300 km de Foz de Iguaçu), mas a estrada pela frente é longa.

(Ruínas Jesuíticas de San Ignacio)

Abraços,Edu

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Reduções Jesuíticas

6 de fevereiro de 2009

(ruínas da Redução Jesuítica de Jesús de Tavarangüe)

A América não foi descoberta, mas inventada.

Essa foi a saída encontrada pelos que atravessaram o oceano e encontraram por aqui terras férteis ocupadas por índios selvagens linguisticamente deficientes. Pelo menos era o que acreditavam os colonizadores europeus.

E para salvar aquelas almas sem rumo (?), governo e jesuítas decidiram buscar uma solução que pudesse resolver tais "problemas": a criação das Reduções Jesuíticas.


Esse foi o nosso destino seguinte à capital paraguaia. Depois de rodar quase 400 km com um motorista calado da Secretaria de Turismo do Paraguai, chegamos às Colônias Unidas, uma curiosa seqüência de cidades de origem alemã que servem como porta de entrada para essas belas construções históricas dos séculos 17 e 18.

Nossa maior surpresa não foi conhecer de perto o que restou do que fora um dos maiores investimentos europeus na América do Sul, mas saber que, anos depois, a invasão de estrangeiros continua por essas bandas.


Bella Vista, Obligado e Hohenau são pequenas cidades localizadas ao sul do país que tem sua pequena população formada, basicamente, por famílias ascendentes de alemães, suiços e austríacos. O presidente da Câmara de Turismo da região, Christian Vömel, foi nosso anfitrião durante os primeiros dias na região e nos mostrou que o Paraguai vai muito além da Ponte da Amizade, na sacoleira Ciudad del Este.
Eduardo Vessoni

(Influências alemãs no ul do Paraguai)

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Dança da Garrafa

3 de fevereiro de 2009


E não é que no Paraguai também tem a dança da garrafa?
Mas diferente da nossa manifestação sensual de gosto duvidoso, aqui o tom é outro.
Essas simpáticas mulheres de roupas típicas com adornos religiosos dançam equilibrando até oito garrafas na cabeça em uma homenagem às mulheres que carregavam água e aloha, uma bebida alcoolica feita com mel de cana negra, para os peregrinos que andavam quilômetros para saudar santos paraguaios.
E assim, de garrafa em garrafa, vamos conhecendo Paraguai.

Eduardo Vessoni

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Assunção é fogo

1 de fevereiro de 2009

(Os termômetros são cruéis)

Às 8h da manhã, os termômetros marcam 24° (na sombra). Ao meio dia, o calor já ultrapassa os 33°. E foi com essa recepção calorosa (desculpem-me o trocadilho) que chegamos ao primeiro destino do trecho paraguaio: a capital Assunção.

Mas onde foi parar o país que nos ensinaram a conhecer?
Os CDs piratas, tão comuns como em qualquer esquina do centro de São Paulo, já não são os principais atrativos. No lugar, uma cidade caoticamente organizada onde cultura e história, guardadas em salas de museus e centros culturais, resgatam a memória de um país que mal digeriu as perdas em alguns conflitos políticos.
(Museo de las Memorias)
E por falar em memória, nossa sugestão em Assunção é o pequeno e profundo Museo de las Memorias, uma discreta casa que retrata os duros anos de ditadura militar paraguaia (entre 1954 e 1989). A visita pelos corredores da tortura começa na obra “El árbol de la vida”, uma escultura de ferro dedicada aos presos políticos, e termina nas celas escuras onde morreram milhares de militantes. O ambiente ainda é tenso e as energias daquela gente privada de se expressar parece presente.
Trabalho feito, deixamos o local e voltamos, com o corpo e alma pesados, para o 'inferno' que já ultrapassava os 35°.
Museo de las Memorias
Rua Chile, 1.072. Tel: (595) (21) 493-873. De seg. a sex. das 9h às 16. Entrada grátis. memoriahistoricaparaguay@gmail.com

(Palacio del Gobierno)

PS: Queridos, para deixar recados, acessem o blog: www.sobreelesenos.blogspot.com

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