A proposta amazônica no Peru

30 de junho de 2009

Mais do que conhecer um dos trechos mais verdes do planeta, chegamos ao território amazônico com o objetivo de ir um pouco mais além das imagens com animais selvagens.
Quando estávamos registrando uma antiga tradição local, conhecida como Salto del Chunto, o misterioso José se aproximou e nos fez uma proposta irrecusável.
O velho índio de origem shipibo acabara de saber que estávamos na região em busca de boas pautas e convidou-nos para passar alguns dias na sua tribo e participar de alguns rituais com o xamã local acompanhados do alucinógeno Ayahuasca.
Nesses cinco meses de viagem, o André e eu já desenvolvemos vários códigos corporais em que, com apenas um olhar, conseguimos travar um longo e silencioso diálogo. Nos olhamos e, claro, acabávamos de aceitar a proposta.

No dia seguinte fomos recebidos com uma desorganizada, mas genuína, dança de boas vindas: uma apresentação feita pelas crianças da tribo:


E o dia seguiu numa agradável sequência de boas novas sensações que renovavam a nossa energia cansada de quase cinco meses fora de casa.
Viajamos de canoa:


A frágil canoa se movimentava a cada pequena embarcação que passava ao nosso lado. Mas o nosso shipibo remador avisou, diante dos meus olhos arregalados e desesperados, que aquela canoa não virava nunca. "É só ter concentração", ensinou Dario.
E foi o que fizemos:


Mas também, fomos às compras:


E caminhamos na selva:


Santa Clara, como se chama a comunidade indígena, não tem luz elétrica e nenhum serviço parecido a nada que conhecemos em qualquer centro civilizado. Por isso, quando o sol se ia, nossa rotina era deitar na rede dentro da cabana escura e inventar a nossa noite.
Mas naquele dia, a coisa foi diferente. Era pouco mais de 7 da noite, o céu já havia assumido um tom negro e estávamos na porta da cabana, fumando um cigarro, quando um macaco aranha deu um grito prolongado...
(continua...)

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Na Amazônia peruana

28 de junho de 2009

Já havíamos desistido de subir até o território amazônico, quando achamos uma daquelas promoções de passagens aéreas que custam menos do que ficar dentro de casa.
A decisão teve que ser rápida, pois já estávamos em direção ao norte do Peru, preparando a entrada ao Equador. Mas a sincronia neste trecho do planeta parece que favorece os mais conectados com o planeta Pacha Mama e, uma semana depois, pisávamos a Amazônia peruana.

(Laguna Yarinacocha)

E de cara, às margens dessa bela lagoa de 20 km considerada o centro de uma rede hidrográfica que a conecta com rios importantes da região, tivemos os primeiros exemplos das cores que pintariam aquele trecho da viagem. Alucinante!



E foi na beira do Yarinacocha que encontramos o orientador dos nossos dias seguintes: o aprendiz de xamã José.

Ele é da tribo shipibo, uma comunidade indígena afastada do centro urbano da região e que vive da agricultura, da pesca e dos trabalhos em cerâmica feito pelas mulheres da tribo.
José é calado e com o olhar sempre distante.
Estávamos na praça de Yarinacocha esperando a apresentação de uma tradição local, quando esse misterioso indígena se aproximou e nos fez uma proposta...
(continua)

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Quem diria...

25 de junho de 2009

Hermanos,
uma longa viagem pela América do Sul é capaz de causar muitas surpresas e quebrar alguns paradigmas.
A FUT, revista publicada pelo jornal esportivo LANCE, traz na edição de junho (pasmem!!!) uma matéria minha sobre futebol na Ilha de Chiloé. Fãs (ou não) de futebol não podem deixar de ver a visão de um jornalista da área de turismo sobre esse esporte tão brasileiro.
Abs,

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Mais uma matéria

Amigos,
nossa viagem pela América do sul acabou de ganhar mais uma matéria.
Acessem o link no caderno Viagem do portal UOL:
http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/06/19/ult4466u603.jhtm

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No Peru

13 de junho de 2009


Hermanos,
já estamos em Lima, na metade do trecho peruano da nossa viagem.
As sensações e experiências têm sido intensas desde que entramos no país anterior, a Bolívia, e mal conseguimos atualizar/processar o que tem acontecido por aqui.
Mas vamos tentar, humildemente, resumir o que aconteceu:
Começamos a viagem por Puno:



Essa é a primeira cidade peruana dos viajantes que cruzam o sagrado lago que divide as duas culturas andinas, Bolívia e Peru:


(Lago Titicaca, Peru)

Visitamos ilhas que parecem flutuar...


(Ilha Uros, Puno)

... e flutuam:


(Ilha Uros, Puno)

...como as totoras:



Ouvimos alguns sons que nos elevaram:


Visitamos um vale mais sagrado do que outras partes do Valle Sagrado. Ali, visitamos o Tempo de Viracocha, no povoado Raqchi:


Vimos a misteriosa Juanita, a bela jovem que esteve escondida, e intacta, por mais de quinhentos anos no vulcão Ampato:


E, na dúvida, fomos ver onde isso ficava:


(vulcão Ampato)

E fomos recebido por ele no Cânion do Colca:


e por ela, a águia andina, no povoado de Maca:


E assim, elevados, continuamos nossa missão rumo à floresta amazônica peruana.

Se você não consegue visualizar as imagens desse texto, acesse o site: http://sobreelesenos.blogspot.com

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Votem na América do Sul

10 de junho de 2009

Hermanos,
ainda dá tempo para votar nas 7 Maravilhas Naturais do Mundo.
Vamos aumentar os votos do nosso continente (e não se esqueçam que o Brasil também fica na América do Sul).
http://www.new7wonders.com/

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Começamos uma nova viagem...

9 de junho de 2009

San Pedrito farreou a noite inteira.

Criou movimentos novos,
fez a cabeça raciocionar,
mexeu no fundo da alma
e me recriou.

Contou novas histórias,
e me ensinou novos caminhos.


Trouxe outros sons para a viagem
e acalmou a minha alma.

(A quena do Dé é a nossa nova companheira de travessia)

Bem vindos ao Peru e ao mundo interior do San Pedrito.

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Tocaña

5 de junho de 2009

Eles são negros...



Tem orgulho da raça...
São alegres... (diferentes dos índios aimarás, como eles mesmos costumam reforçar)
Mas não esquecem o passado...

Esse é o povoado de Tocaña, uma comunidade afro boliviana 'esquecida' no lado mais verde do país. A pequena cidade, a uma hora de Coroico, tem 280 habitantes, cuja maioria tem sangue proveniente do outro lado do Atlântico: dos escravos do Senegal e do Congo.

Pouco se tem registrado sobre a região, mas as histórias contadas,oralmente, na porta de casa costumam render horas de conversa, sobretudo se o assunto for a batucada do bangô ou a comida à base de mandioca.

No dia em que chegamos, Evo Morales estava chegando no povoado ao lado para fazer algumas reintegrações de terra e os negros de Tocaña, com sacolas e instrumentos debaixo do braço, abandonaram a pequena cidade.
Todo o povoado ficou sob os cuidados do André, de mim e de um francês hippie avesso a manifestações políticas.
E de longe, do outro lado da montanha, o barulho forte dos tambores não deixavam a gente se esquecer que a Bolívia também é negra....



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Rota da Morte

1 de junho de 2009

Chegamos em La Paz, o caos maior da Bolívia.
Confesso que decidi ver a cidade com outros olhos e descobri uma cidade que vai além das saias coloridas das cholas e do trânsito caótico.
Depois do roteiro intenso no deserto boliviano, decidimos passar uam semana de pernas para o ar em um hostal chamado El Carretero (puro delírio!!!!).

Mas os pés de inca não se cansam e, dois dias depois, decidiram encarar novos desafios.
Descemos o Camino Yungas, considerado a estrada mais perigosa do mundo.

(curvas da Estrada da Morte)


A Estrada da Morte, como é conhecida a rota, liga a caótica La Paz a Coroico, na pré selva amazônica da Bolívia.
A moda agora é descer, na vertical, os 3.650 metros... de bicicleta.




Os olhos negros do Dezinho brilhavam com a possibilidade de encarar abismos de até 200 metros montado em uma magrela. Mas a experiência no deserto já tinha sido o suficiente, de modo que descemos no carro de apoio para cobrir o roteiro para uma matéria.
O trajeto começa em La Cumbre, a 11 km de La Paz, aos pés do Huayna Potosí...




... e termina no lado mais verde do país.




A rota é mesmo mortal e chegamos a ver até alguns bons motivos que justificam o nome.


(Resgate de bicicleta)

(A israelense precisa agradecer o resto da vida. Ela ficou, mas a bicicleta rolou abismo abaixo).



Da aridez altiplânica à terra molhada com cheiro de Amazônia.


A paisagem é mesmo de morrer (não pude deixar passar esse trocadilho).



PS: Mães de plantão: Estamos bem!!!


(Barbudos e mais magros, mas estamos bem)

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