"Just be a person"

6 de fevereiro de 2010 Comente


Os olhares locais são curiosos, mas a cidade vai se revelando aos poucos.


Meu segundo dia em Johannesburg foi marcado por história e fortes emoções.

Pela manhã, fui recebido na biblioteca do hotel por Hanneke Der Perez, uma especialista em Comunicação Intercultural. Doutora pela UNISA de Pretória, Du Perez deixou as aulas na universidade para se dedicar ao turismo cultural na África do Sul (precisei cruzar o oceano para descobrir que eu não sou o único maluco do planeta que costuma seguir os instintos básicos).

(Biblioteca do Melrose Arch Boutique Hotel)

Você acredita em coincidências?, perguntou-me essa européia durante a sua introdução ao país.

Hanneke, da agência Traces of Africa, é responsável em receber viajantes com uma profunda e agradável apresentação cultural do país. 'Bring people to people' é a filosofia desssa interessante agência com sede em Johannesburg.

A aula master de profundas discussões sobre africanização e ocidentalização da África testou meus conhecimentos de inglês (gente, eu tô orgulhoso de mim, viu? rs) e foi seguido de um city tour guiado pelo simpático Jerry, um joverm zulu da Província de Limpopo, ao norte do país.

(Esses zulus tem mesmo orgulho de raça. É só pedir uma foto para galera fazer pose).

E o que foi discutido na tela fria do computador ganhou forma e cores durante o resto do dia.

Visitamos Constitution Hill, uma antiga penitenciária que abrigou os que resistiram ao apartheid, demos um giro demorado (foi assim porque Jerry se perdeu várias vezes nas entradas e saídas da cidade), passamos pelo impressionante Museu do Apartheid e terminamos o dia no Soweto, a mais agradável das surpresas.


(Soweto)

O maior perigo desse famoso subúrbio sul-africano, berço dos maiores movimentos de resistência a esse sistema inventado e imposto pelo 'engenheiros brancos sociais', é vocẽ se apaixonar pelo clima local e não querer mais sair de lá.

(Cores do Soweto)

O almoço foi exótico (embora o André classifique de chamá-lo de um simples arroz com feijão) e a digestão daquele prato colorido e apimentado foi na antiga casa do mais famoso e significativo sul-africano> Nelson Mandela.

O guia local vomitou uma infinidade de datas e outras informações históricas que quase não foram compreendidas. Mas não importa, certas sensações não precisam ser explicadas. O coração e a alma fazem as traduções necessárias.

(Antiga casa de Nelson Mandela, em Orlando West, Soweto)

Visitamos também Vilakazi Street, a única rua do mundo que hospedou dois ganhadores de um Pŕêmio Nobel (jornalistas adoram essas informações) e passamos para um museu dedicado a Hector Pieterson, outro símbolo negro do país.

E assim termino o dia com uma frase emprestada da profunda e multidisciplinar cultura africana: 'Just be a person'.

Tradução: Deixe os estereótipos em casa e permita-se conhecer e ser conhecido no mundo.

PS: Alguém pode me explicar por que as malas só ficam arrumadinhas quando a gente ainda tá em casa? O zíper já não fecha mais! rs
Nem a respeitada doutora Hanneke soube me explicar!!!

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