Depois de lhe haver mostrado todas as maravilhas de Paris, perguntaram a um selvagem canadense que coisa lhe havia gostado mais. "Os açougues", disse.
(Lichtenberg)
Hoje, comemoramos meio ano de estrada. Talvez seja melhor contar em meses, assim enganamos a saudade.
Quando anunciamos a nossa saída, há dois anos, rostos desconfiados tentaram congelar nossos movimentos; preocupações financeiras quiserem deixar nossos pés fincados na sala de jantar; as famílias tentaram desviar o assunto; a dúvida quis prevalecer sobre a certeza; e os amigos... ahhh... os amigos...
Esses, sim, foram fundamentais. E até os mais pessimistas e desacreditados acabaram se rendendo aos fatos quando o dia do embarque, definitivamente, chegou.
Alguns ainda se enganam e gostam de imaginar que estamos passando longas férias por cidades alternativas do continente. Não podemos negar que estar em uma praia no arquipélago de Galápagos, em plena segunda feira de um julho brasileiro com frio e chuvoso, não é uma má idéia. Mas poucos ainda podem entender as renúncias necessárias para que pudéssemos permitir estar em todos esses lugares:
- Tivemos medo, mas ganhamos auto confiança e certeza de que essa experiência não poderia ter sido diferente;
- Passamos frio, mas visitamos rincões profundos e silenciosos não só dos fiordes da Patagônia, mas também da nossa alma;
- Sentimos calor, mas fomos pacientes na espera;
- Ficamos em dúvida, mas chegamos a lugares distantes;
- Erramos, mas também aprendemos e, se for necessário, começamos tudo de novo;
- Conhecemos pessoas, nesses seis países, que nenhum livro ou jornal se atreveriam a revelar suas existências;
- Fomos a alguns lugares óbvios, mas também decidimos fazer viagens que nenhuma agência ou companhia aérea seria capaz de oferecer, como a viagem da alma;
- Imaginamos, quisemos e chegamos (não, exatamente, nessa mesma ordem);
- Saímos, chegamos de novo e nunca mais conseguimos voltar de lá. Algumas experiências ficaram registradas, eternamente, no nosso DNA de experiências.
Já ultrapassamos os 30 mil quilômetros de estrada e ainda nos sobram algumas centenas mais até Caracas, na Venezuela. Mas 'um passo a frente e você já não está mais no mesmo lugar', como dizia o velho Science.
Gostaríamos apenas de dividir com vocês esse longo trabalho que teve hora para começar, mas que não consegue parar de querer acontecer.
Nosso sexto aniversário!!!
28 de julho de 2009 Postado por Nós às 10:00 Marcadores: Projeto 3 ComentáriosUm bom viajante é aquele que não sabe onde foi. O viajante perfeito não sabe de onde vem.
(Lin Yutang)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
Achei a postagem o máximo... é essencial que as pessoas enxerguem não só as lindas imagens que colocam no Blog, mais também entendem tudo que vcs deixaram pra traz pra estar ai, tudo de que vcs se privaram, em relação a conforto, familia, amigos e Pizza (claro!!rsrs)pra realizar um sonho.Isso é determinação, isso é "sair da sala de jantar" como vcs mesmos gostam de denominar!!
Amo Muitooo vcss e sinto muitoo orgulho!!!!
grandes beijoss!!!
Suelen
Meninos, adorei a postagem... o ano passou rapido demais, mas vcs souberam aproveitar cada minuto. Sei que muita gente deve falar: que beleza, só viajando.. mas, vcs sabem que é muito mais do que isso. E que a viagem, de verdade, é a da alma e dessa vcs nunca estarão livres pq o que aprenderam, certamente, ficará para sempre...
Bjos
Obrigada por esses 6 meses... Obrigada pela poesia dos textos e das imagens! Não tem como separar a viagem física da viagem ao seu eu mais profundo. Como vc diz, as experiências ficam gravadas no DNA.
Acho que pra muitos dos seus leitores/amigos (eu me incluo) está sendo um mergulho, ainda que menos profundo, na própria alma. Parabéns por esses incríveis 6 meses (que tenho acompanhado como aquelas fãs de telenovelas), apesar do presente ser nosso!
Grande beijo,
Villas Boas Simone ;)
Postar um comentário