O grupo acorda mais acostumado a aquela experiência de cruzar o isolado cerrado do centro do Brasil, estimulado por um café da manhã pouco provável para aquelas condições em que nos encontramos.
O cozinheiro Nelson dá outro show de dedicação e conhecimentos culinários, logo cedo.
Às nove, o grupo se reúne a beira do rio Novo para a primeira experiência radical da expedição: descer algumas corredeiras a bordo de um caiaque.
Essas atividades são sempre inspiradoras (sobretudo para jornalistas movidos a experiẽncias mais fortes, mas devo confessar que as viagens de tons mais aventureiros sempre me afligem).
Fiz de tudo para evitar o passeio: pus a culpa na câmera, inventei que a mochila não era impermeável e que eu não poderia remar e fotografar, ao mesmo tempo.
Inútil.
'Bora lá entrar na água, moço', me estimulou o guia em um tom quase anestesiante.
Os mais desajeitados saem brigando com os remos. Mas o rio é paciente e espera que cada um aprenda, sem pressa, a dominar seus caiaques, pelo menos até que a primeira corredeira surja, lá na frente, para lhe tirar o humor (no caso, o meu).
A Natureza cobra, mas também retribui.
E para compensar a adrenalina (deliciosa) de correr o risco de cair sobre uma das águas mais limpas do planeta, fomos convidados, à tarde, a subir as Dunas do Jalapão, um daqueles cenários inóspitos em que o 'mar virou sertão'.
E do alto dos (discretos) 25 metros de suas montanhas arenosas, o viajante é recompensado por uma das mais impressionantes (e inspiradoras) imagens do Parque Estadual do Jalapão.
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