Nossa exposição no UOL

28 de fevereiro de 2008

"Aquí se nace, aquí la vida renace"

Nossa exposição vai ganhando divulgação.
Acesse o link no UOL aqui

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Exposição Fotográfica

24 de fevereiro de 2008


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A fotografia são os olhos do mundo

13 de fevereiro de 2008

Nossas viagens, nossas imagens, nossos olhares...

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No dedo

9 de fevereiro de 2008

(A estrada deixou marcas e lembranças)


A receita para se pegar carona na Patagônia é muito simples: paciência e mente aberta.
Explico...

Em alguns momentos da nossa viagem estivemos quase três horas na beira da estrada numa temperatura que beirava os dois graus, um vento assobiando no ouvido, malas jogadas no chão e a esperança indo embora cada vez que um raro automóvel se recusava a parar. Paciência. A saída era manter o bom humor (E isso foi garantido pelo André. Confesso que muitas vezes cogitei pegar um avião e voltar para casa).
Por outro lado, essa prática, segura e muito comum nessa parte do planeta, nos permitiu conhecer figuras interessantes nos 800 km que viajamos a base de carona.
O primeiro personagem, um sisudo chileno cujo nome nunca saberemos, rodou conosco por 90 km até a entrada para os Bosques Petrificados. Uma das poucas palavras que consegui arrancar dele foram: "Quiero volver a mi casita". Naquele momento senti que trocávamos sensações. Ele ia para a sua casa no Chile, e nós estávamos cada vez mais longe da nossa.
Naquele mesmo dia, encontramos um italiano que, a uns 120 km por hora, nos levou até a entrada do Bosque.
No dia seguinte, foi a vez do Marcelo, o caminheiro malandro de Buenos Aires, que teve um papel importante nessa nossa viagem. Falante, o portenho soltou uma frase que mudou o curso do nosso trajeto: "Mas se vocês chegaram até aqui, não podem deixar de ir à Terra do Fogo".
E é aí que entra o segundo elemento da receita: mente aberta.
Mais tarde, o ingrediente se reforçaria com um senhor que já havia rodado 1300km por estradas argentinas. Cansado, mas curioso, outro personagem determinou o nosso roteiro. Deixei que ele escolhesse entre ir a Rio Gallegos ou a Calafate, porta de entrada ao Glaciar Perito Moreno.
A escolha dele foi acertada.
Eis a estrada... esse pedaço de terra que nos leva, nos traz, mas que continua aqui. Basta ter paciência e mente aberta.

Edu

(o André trabalhou duro. Foi eleito o caroneiro oficial da viagem)

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O choro do Glacial

4 de fevereiro de 2008


"Toda música tem uma história, toda nota tem um segredo"
("Fuga" - filme de Pablo Larrain)

Nossa viagem pela Patagônia não foi marcada apenas pelas cores e formas da região. Os sons também tiveram a sua participação. O sopro do vento, o canto das águas e o grito dos animais foram a nossa trilha sonora que encheu de música a viagem solitária pela longa e silenciosa Ruta 3.
Mas a música mais triste veio do gelo, um som entoado por um velho senhor experiente chamado Perito Moreno, próximo à cidade de El Calafate. Esse glaciar estende-se por uma superfície de 250 km² e é considerado a terceira maior área de gelo do planeta (perdendo apenas para a Antártica e o Pólo Norte).
No entanto, pouco a pouco essa área vai perdendo sua magnitude. A cada ano, esse senhor, que acumula milhões de anos de informações, vai perdendo parte de sua história. As partes mais azuis são resultados do acúmulo de neve pressionada durante um longo período de trabalho, e que agora se desprende pouco a pouco. São os efeitos sentidos pela intervenção descontrolada do homem.
E então ele chora... Chora triste. E quem está ali, atônito, fica em silêncio e ouve o lamento ecoando em toda a região.
Nessa foto, conseguimos registrar parte desse momento. Ali, ele se entrega, cansado, e deixa-se perder uma parte. E por isso chora. Chora alto e dolorido.
Embora o Perito Moreno tenha desprendimentos constantes, às vezes a perda é maior como a que se vê nesse vídeo de 2006.
E é nesse momento que ele, triste, perde parte da sua história e do seu segredo.
Edu


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