Só Deus sabe

28 de outubro de 2007


Só Deus sabe, ou seja lá quem for, o motivo de certas coincidênias (ou seria "sincronicidade" a palavra certa?) que unem pessoas, tecem histórias e concretizam fatos.
A vida é cheia dessas surpresas que apenas conseguimos entendê-las depois de havê-las vivido.
Algumas histórias começam longe, nos convocam e nos obrigam a vivê-las, queiramos ou não.
"Só Deus sabe", co-produção entre o México e o Brasil, é o resultado feliz da sintonia que pode haver entre países tão distantes geograficamente, mas, ao mesmo tempo, tão próximos culturamente. Apesar da distância, da língua e da cultura, encontramos semelhanças que nos aproximam de tal forma a esquecer de qualquer outra barreira.
Dolores e Damián protagonizam uma viagem que começa em Tijuana (extremo norte do México) e termina na Bahia, essa terra capaz de reunir, democraticamente, todas as religiões.
Assim como a América Latina, o encontro dos dois é marcado por um sincretismo religioso que acompanha os personagens ao longo do filme. Candomblé e catolicismo dão suporte para que os dois possam completar a sua história.
Cada um de nós tem a sua história, e essa deve ser cumprida. E só Deus e nós sabemos quando.
Edu e Dé

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Você já viajou hoje?

24 de outubro de 2007

Salar do Uyuni - Bolíva (dez. 2005)

"Esteja no mundo como se você fosse um desconhecido ou um viajante."

Ouçam "The Travelers" do Atman (http://mpbaby.com/mcd/conteudo/artdeta.php?cod_art=4)


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"Las vidas posibles"

21 de outubro de 2007

(cena do filme "Las vidas posibles")

Alguns filmes conseguem tão bem transformar imagens em sentimentos que quando saímos da sala temos a sensação de haver voltado de uma viagem real. Esse é o caso do filme argentino Las vidas posibles da diretora Sandra Gugliotta, visto em algumas sessões da 31ª Mostra Internacional de Cinema.
Na gélida e distante Patagônia, os personagens saem e chegam todo o tempo. Estão em busca de pessoas, de sentimentos e de si mesmo.
Os tons azuis e amarelos são as cores predominantes em quase toda a obra, e os diálogos, curtos e raros, dão voz à silenciosa Patagônia.
E é ali que a partir de 20 de dezembro começaremos nossa rota pelas "rutas" silenciosas e distantes patagônicas.
Edu

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Quem somos?

17 de outubro de 2007


"Nós, latino americanos, temos um Luís XIV acocorado no fundo da alma"
(Manual do perfeito idiota latino americano)

(Cholula - México)

A nossa História, essa que somos forçados a engolir durante os anos escolares, não é a nossa verdadeira História.
A nossa identidade, a nossa cultura e a nossa memória estão estabelecidas a partir de modelos "importados" e impostos pela Europa. Somos uma reprodução fiel daquele modelo, nossa História é narrada a partir da História do além-mar.
Lembro-me do dia em que cheguei à cidade mexicana de Cholula, uma cidade que foi, no período pré-colombiano, local de peregrinação e um importante centro comercial.
Ali visitei, com certa frustração e assombro, o Convento de San Gabriel, construção de 1529 que está sobre um templo asteca de em uma zona arqueológica importante do período da Mesoamérica.
Sob aquela pirâmide esconde-se o passado indígena e em seu cume repousa a prova de civilidade que um dia parece ter salvado aquela gente da selvageria e do caos.
Ainda que não tenhamos o México como destino, nosso projeto busca percorrer um caminho contrário e apresentar ao brasileiro uma América Latina que seja mais do que um lugar selvagem e exótico cuja História esteve em mãos européias.
Queremos poder contar-lhes que a nossa História começou a ser escrita muito antes e que nos lugares mais remotos deste continente ainda se guarda a nossa verdadeira História, pois essa gente não se cansa de escrevê-la e, se preciso, reescrevê-la.

Edu

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O tempo

16 de outubro de 2007

(Relógio Inca)

Quantas vezes já não dissemos "Como o tempo está passando rápido!", "Nossa, esse mês parece que voou".
A gente parece que se acostuma com a rotina e não percebe as coisas que acontecem todos os dias. Mas quando você sai da sua rotina o tempo parece não passar. E por acaso existe melhor jeito de mudar essa nossa relação como o tempo do que viajando?
Fico pensando em quantas coisas vamos ver e aprender nesse projeto e tenho a impressão de que esses 12 meses vão demorar 5 anos para terminar.
Essa nossa viagem no final do ano, pelo menos para mim, vai ser uma grande preparação para o projeto. Vai ser a minha viagem mais longa.
Não vejo a hora de embarcar para o Uruguai para poder começar a sentir o gostinho do projeto.

André

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Patagônia (fim do ano)

14 de outubro de 2007


O sucesso ou o fracasso de uma viagem dependem de um bom planejamento anterior à saída. E é justamente isso que estamos fazendo há alguns meses para a nossa próxima viagem (na verdade é o nosso ensaio até que o projeto não se concretize).
Hoje, finalmente, conseguimos fechar o nosso roteiro de 30 dias para o fim do ano.
Conseguimos estabelecer um roteiro a partir de três lugares muito especiais:

Cabo Polônio: uma cidade singular a 300 Km de Montevidéu (Uruguai) onde 40 famílias vivem ao redor de um farol e dividem espaço com uma das maiores colônias de lobos marinhos do mundo;

Península Valdés: cidade argentina a 1.400 km ao sul de Buenos Aires localizada na Patagônia Atlântica. Nossa cidade de apoio será Puerto Pirámide, e será dali onde saíremos para lugares como Salinas Grandes, Punta Delgada e Caleta Valdés.
Puerto Deseado: Mais ao sul, ainda na Patagônia Atlântica, e longas horas de solitária e reflexiva viagem pelas carreteras da região, esse será outro destino especial. Dali partiremos a lugares ainda mais distantes como a pequena Fitz Roy e o Bosque Petrificado.
Excluir destinos tão especiais na América do Sul não foi uma tarefa fácil, mas foram essas paragens que escolhemos como cenário para as sensações e histórias que queremos contar.

Edu

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O roteiro

13 de outubro de 2007

O roteiro de uma viagem é feito para ser desfeito mais adiante, é um imprevisto previsto com certa antecedência.
Nosso projeto está proposto a partir de um roteiro-tronco que nos orientará em terras sul-americanas. O verbo "prever", do latim praevidèo ("ver antes") será solidário, na medida do possível, com o "improviso", palavra também de origem latina (improvísus, inesperado, repentino).
Pedimos desculpas antecipadas aos nossos leitores-testemunhas se, em algum momento, frustrarmos as suas expectativas, mas a improvisação será fundamental para o enriquecimento do nosso produto final.
Hoje divulgaremos, em primeira mão, o nosso roteiro "sobre eles e sobre nós". O que se verá abaixo é, obviamente, um brevíssimo resumo dos lugares que nos hospedarão durante 12 meses:
  • Nossa primeira parada será na região das Missões Jesuíticas, onde consideramos ser o início da identidade dos habitantes de regiões como o sul brasileiro, e partes da Argentina e do Paraguai;
  • Dali, e já em território hispânico, começamos nosso (re)descobrimento de terras distantes, e ao mesmo tempo tão próximas a nós. Cidades "desconhecidas" como Rocha, Valizas e Cabo Polônio abrem nosso roteiro pelo Uruguai;
  • Partimos então para a Argentina, via Colônia (no Uruguai) em direção à Patagônia Atlântica para, mais adiante, alcançarmos a Patagônia Andina;
  • E será ali onde daremos a volta no fim do mundo para voltarmos ao mundo, agora em terras chilenas. A "carretera austral" será nossa via de acesso para chegarmos à região dos Lagos.
  • Alguns dias mais tarde, e na hora marcada, deveremos estar em Santiago, pois os moais de Páscoa são precisos. Na volta, daremos uma escapada à região de Mendoza (outra vez em terras argentinas) para revermos alguns amigos em Puente del Inca.
  • Mas não podemos perder o norte, por isso seguiremos pelo Chile até o desértico Atacama, via de acesso a outra região desértica, mas agora em terras bolivianas, o Salar do Uyuni.
  • Pela Bolívia, chegamos ao Peru e a civilizações importantes como as de Nazca e Cuzco.
  • Outra vez o norte será o nosso destino, pois ali encontraremos impressionantes cidades equatorianas como Puerto López, Otavalo, Guayaquil e a Ilha de Galápagos.
  • Nosso destino seguinte será a Colômbia, país cuja capital Bogotá será nossa primeira parada. A essa altura, e alguns meses depois, nosso diário de bordo já estará marcado pelos contrastes geográficos e históricos, de modo que não poderíamos deixar de conhecer o Caribe colombiano;
  • De volta à capital, tomaremos um avião até a capital do país vizinho, a Venezuela. Em Caracas iniciamos nosso roteiro pela savana até chegarmos a Canaima.
  • Nosso destino seguinte será Santa Elena de Uiarén, cidade de onde já começaremos a sentir cheiro de terras brasileiras.
  • Algumas horas depois estaremos em Boa Vista, onde termina o nosso projeto (termina???)
  • 365 dias depois estaremos dentro de um avião com destino a São Paulo, cansados, cheios de histórias e totalmente renovados.

Edu e André

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Miedo

10 de outubro de 2007


"Tienen miedo del amor y no saber amar

Tienen miedo de la sombra y miedo de la luz

Tienen miedo de pedir y miedo de callar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tienen miedo de subir y miedo de bajar

Tienen miedo de la noche y miedo del azul

Tienen miedo de escupir y miedo de aguantar

Miedo que da miedo del miedo que da

El miedo es una sombra que el temor no esquiva

El miedo es una trampa que atrapó al amor

El miedo es la palanca que apagó la vida

El miedo es una grieta que agrandó el dolor

Tenho medo de gente e de solidão

Tenho medo da vida e medo de morrer

Tenho medo de ficar e medo de escapulir

Medo que dá medo do medo que dá

Tenho medo de ascender e medo de apagar

Tenho medo de esperar e medo de partir

Tenho medo de correr e medo de cair

Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma linha que separa o mundo

O medo é uma casa aonde ninguém vai

O medo é como un laço que se aperta em nós

O medo é uma força que não me deixa andar

Tienen miedo de reir y miedo de llorar

Tienen miedo de encontrarse y miedo de no ser

Tienen miedo de decir y miedo de escuchar

Miedo que da miedo del miedo que da

Tenho medo de parar e medo de avançar

Tenho medo de amarrar e medo de quebrar

Tenho medo de exigir e medo de deixar

Medo que dá medo do medo que dá

O medo é uma sombra que o temor não desvia

O medo é uma armadilha que pegou o amor

O medo é uma chave, que apagou a vida

O medo é uma brecha que fez crescer a dor

El miedo es una raya que separa el mundo

El miedo es una casa donde nadie va

El miedo es como un lazo que se apierta en nudo

El miedo es una fuerza que me impide andar

Medo de olhar no fundo

Medo de dobrar a esquina

Medo de ficar no escuro

De passar em branco, de cruzar a linha

Medo de se achar sozinho

De perder a rédea, a pose e o prumo

Medo de pedir arrego, medo de vagar sem rumo

Medo estampado na cara ou escondido no porão

O medo circulando nas veias ou em rota de colisão

O medo é do Deus ou do demo

É ordem ou é confusão

O medo é medonho, o medo domina

O medo é a medida da indecisão

Medo de fechar a cara, medo de encarar

Medo de calar a boca, medo de escutar

Medo de passar a perna, medo de cair

Medo de fazer de conta, medo de dormir

Medo de se arrepender, medo de deixar por fazer

Medo de se amargurar pelo que não se fez

Medo de perder a vez

Medo de fugir da raia na hora H

Medo de morrer na praia depois de beber o mar

Medo... que dá medo do medo que dá

Miedo... que da miedo del miedo que da" (Lenine)

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Por que viajar?

9 de outubro de 2007

"O mundo é um livro, e os que não viajam acabam lendo só uma página"
(Santo Agostinho)


Todo viajante precisa de um motivo que justifique fazer as malas e se mudar, ainda que temporariamente, para uma nova "casa".
Alguns saem de férias para um longo passeio em terras diferentes; outros viajam a trabalho para uma daquelas reuniões de negócios cujas discussões giram em torno de altas cifras.
Há aqueles que vão a outras paragens para rever a família e voltar às origens, mas há também os que vão em busca de origens. Nesse grupo, podemos incluir também os que saem de casa para visitar amigos, fazer amigos (e desfazê-los mais tarde).
Há os que vão ao encontro de antigas paixões, e os que vão em busca de uma nova paixão.
Outra categoria de viajante é aquele que deixa a monotonia da cidade para se satisfazer em meio às novidades do mundo consumista do Primeiro Mundo, ainda que esse fique no Terceiro Mundo. O destino e suas atrações históricas e culturais não são relevantes, desde que haja um centro comercial abastecido de novidades e bugigangas inúteis que serão descartadas alguns meses depois do desembarque.
Mas há também os viajantes aprendizes. Aqueles que nas férias escolares saem para...estudar. Consomem livros, compram dicionários, vão a museus e ficam em residências de locais.
Há também os que vão para ver nascer um novo membro da família, mas há aqueles que vão para enterrar um membro da família. Há aqueles que vão para rir, e aqueles que vão para chorar; aqueles que vão consolar, e aqueles que querem ser consolados; há aqueles que vão, e aqueles que chegam; há os que decolam, e os que aterrizam; os que entram e os que saem.
Há também os que vão para ensinar enquanto os outros estão para aprender; há os que vão para falar, e os que vão para ouvir. Tem gente que não vai nem para falar, nem para ouvir: vai para sentir.
Há os que vão muito antes e só conseguem chegar muito tempo depois.
Somos uma soma, e uma multiplicação, de todos esses viajantes. Mas a nossa maior justificativa para deixar nossas casas é o desejo de deixá-las para encontrá-las, 12 meses depois, no mesmo lugar, porém com a alma modificada.

Edu

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Diários de Motocicleta

8 de outubro de 2007


(Diários de Motocicletas)

"Nasci na Argentina; não é segredo para ninguém. Sou cubano e também sou argentino
, se não se ofenderem os ilustríssimos latino-americanos, me sinto tão patriota da América-Latina, de qualquer país da América-Latina, como qualquer outro e, no momento em que fosse necessário, estaria disposto a entregar minha vida pela libertação de qualquer um dos países latino-americanos, sem pedir nada a ninguém, sem exigir nada, sem explorar ninguém..."Ernesto Guevara 11/12/64

Hoje comemoram-se os 40 anos da morte de "Che Guevara". Ele que não é apenas uma foto numa camiseta, que algumas pessoas usam sem conhecer direito os motivos que o levou à luta. Che tinha o sonho de ver a América Latina livre da opressão e unificada. Esse nosso projeto tem muito em comum com a viagem feita por Che pela América Latina retratada no filme Diários de Motocicletas, mesmo tendo um roteiro diferente do dele. No fundo almejamos a mesma coisa. Buscamos conhecer além das belas paisagem dessa parte do continente, queremos aprender com esse povo.
André

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Árido Movie

7 de outubro de 2007


"Porque é e não é. Mas já está sendo" (Meu Velho - Árido Movie)
Hoje entendi o significado dessa empreitada.
Para poder ser, ela precisa não ser. Mas ainda assim ela não deixa de ser. Já está sendo... É só esperar o tempo...Faltam 5 minutos.
Para entender melhor essa lógica, hoje recomendamos o excelente "Árido Movie", um filme brasileiro que, como nós, resolveu quebrar paradigmas. www.cinereporter.com.br/scripts/monta_noticia.asp?nid=1275 - 22k -
Abraços,
Edu

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A proposta em detalhes

6 de outubro de 2007

(Puente del Inca - Mendoza)

Este projeto surge do nosso interesse em aproximar culturalmente países sul-americanos e o Brasil, pois essa região ainda é, ao mesmo tempo, tão próxima e tão distante do Brasil. Queremos apresentar e discutir com vocês outras imagens sobre eles e sobre nós mesmos, a partir da nossa experiência e estudos em pequenas cidades da região.
Este projeto apresenta um novo olhar sobre a América do Sul. Queremos poder contar que essa parte sul do planeta não é apenas o lugar do carnaval e da violência, que aqui não somos apenas um povo exótico de hábitos indígenas.
A primeira etapa do projeto, que tem duração de 12 meses, será seguida pela edição de um livro onde relataremos a nossa experiência e mostraremos imagens feitas nas cidades pelas quais passaremos. Uma exposição dessas imagens também está programada para o lançamento do livro.
A terceira e última etapa (será realmente a última?) talvez seja a mais significante e desafiadora de todas: a divulgação em instituições públicas do Ensino Médio e Superior do que aprendemos e sentimos ao longo do trajeto.
Significante, pois a essa altura nossas almas já terão dado a missão por cumprida. Desafiadora pois teremos como público jovens que têm como referência internacional os E.U.A., e que pouco conhecem da América Latina. As informações, raras, que chegam via meios de comunicação são resultados de um imaginário que se tem dessa região, e que vêm carregadas de representações sociais dominantes que acabam afastando-os dos vizinhos sul-americanos.

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"Didgeridoo" na cidade do Uyuni

5 de outubro de 2007


(Fred tocando "didgeridoo" na cidade do Uyuni - Bolívia)
"Quando o ego desaparece, você se torna simplesmente um bambu oco, um instrumento de sopro nos lábios de Deus." (Osho, Come, Come, Yet Again Come)
Uma viagem pela América Latina hispânica é capaz de potencializar alguns sentidos no ser humano. A minha por terras incas foi acompanhada, sobretudo, por diversos sons e imagens durante 25 dias nos desertos boliviano, chileno e peruano.

A natureza esconde "instrumentos" sagrados de elevação espiritual como a água, a terra, o fogo e o ar. Dali saem sons que tocam fundo na alma e nos transportam.

Uma de minhas experiências de contato com esses sons foi o “didgeridoo” que o Fred e eu carregamos em nosso roteiro de 2005. Esse instrumento musical ancestral de origem australiana foi a nossa trilha sonora nas horas mais difíceis e solitárias do roteiro. Quando estávamos nos lugares mais longínquos, nosso diálogo com Eles vinham da extremidade desse tubo oco.

Esse instrumento era capaz também de atrair pessoas ao longo da nossa viagem, como se pode ver na foto acima, quando chegávamos à cidade do Uyuni, na Bolívia.

Para conhecer mais, e ouvir alguns sons que esse instrumento é capaz de produzir, recomendamos esse excelente site: http://www.didgeridoo.com.br/

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Imprevisível

4 de outubro de 2007

(Parque do Ibirapuera)

Antes de viajar para qualquer lugar é preciso fazer um roteiro, tentar saber um pouco mais sobre o destino, para ter uma idéia do que fazer e conhecer, mesmo que o roteiro mude completamente depois. Mas uma das coisas que é impossível de se prever é quem você vai conhecer.
Essas pessoas vão fazer parte da viagem, sendo impossível lembrar dela sem falar deles.
Aí começa a troca de experiências, o que realmente vai te fazer vai te mudar. Elas fazem com que você enxergue a sua vida de outra forma.
Em Puente del Inca conhecemos pessoas incríveis, que estavam viajando há vários meses, conhecendo lugares que nós queríamos conhecer.
O mais extraordinário disso tudo foi que a viagem de alguns deles tinha como roteiro São Paulo e logo nos oferecemos para hospedá-los quando chegassem. E eles vieram, nos fizeram ver uma São Paulo que nós paulistanos ouvimos falar mas não conhecemos.
Essa é a coisa mais importante desse intercâmbio, aprender a se conhecer melhor e perceber coisas que estão no seu dia-a-dia e que passam despercebidas.


André

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Cordilheiras dos Andes

3 de outubro de 2007

(Cordilheiras dos Andes)
"Somos levados pela vida". Com essa frase, o antropólogo Roberto da Matta, autor do excelente A casa e a rua, abriu a sua coluna de hoje no Estadão.
A frase não poderia ser outra para expressar o momento pelo qual estamos passando. Queremos também ser levados pela vida, conhecer o que há além da vida caótica e mecânica que levamos em uma megalópole como São Paulo.
Lembrei-me da primeira vez que fui ao Chile, em uma fascinante viagem de 60 longas horas por terra a partir do Terminal Rodoviário do Tietê. O que se vê pela janela do ônibus é uma seqüência de sensações que nenhuma viagem aérea seria capaz de proporcionar.
Lembra aquelas aulas de geografia sem sentido que tínhamos? Está tudo lá: serras, montanhas, lagos e rios.
Mas o mais impressionante é, no terceiro dia de estrada, já em solo argentino, começar a avistar as Cordilheiras dos Andes.
A monumentalidade dessa sucessão de montanhas com topos eternamente cobertos de neve percorre a costa ocidental do nosso continente desde a Patagônia até a costa do mar das Antilhas. A imponência do seu 1.800.00 km² nos faz sentir pequenos e frágeis e é ali, quase tocando os céus, somos levados pela vida.

Edu

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O Melhor Aniversário!!!

2 de outubro de 2007

Reunir os amigos para uma grande festa de aniversário é um pouco complicado quando se completa mais um ano de vida em 1º de janeiro, por isso a melhor maneira de comemorá-lo é viajando. E esse era o objetivo no final do ano passado, passar o reveillon no meio das Cordilheiras dos Andes em uma cidade com 60 habitantes, Puente del Inca.

Puente del Inca é um lugar muito freqüentado por turista que vão para a região de Mendoza, porém não queríamos ser mais um turista e decidimos nos hospedar por lá.

O albergue "Refugio" fica numa antiga estação de trem e o pequeno quarto onde nos hospedamos era a antiga sala de espera com três triliches, num estilo exército, um carpete descolando do chão e que não foi limpo durante todo o tempo em que lá estivemos. Não havia os lockers tão comuns nos albergues e as mochilas tinham que ficar espalhadas pelo chão, sair do quarto as vezes requeria uma certa habilidade para não pisar em nenhuma mochila ou outra coisa que estivesse jogada no chão, que ficou ainda pior porque vários mochileiros decidiram passar a virada do ano lá também.

Com o albergue lotado com pessoas de várias nacionalidades e com o final do ano se aproximando resolveram dar uma festa de reveillon no bar. O local era amplo e no centro havia uma plataforma redonda de ferro onde a locomotiva outrora fazia uma volta de 180°, essa foi a nossa pista de dança.

Depois de comer, começamos a beber (muita cerveja) e aí a festa começou. Todo mundo dançando e bebendo esperando para fazer a clássica contagem regressiva.

Quando o relógio marcou meia noite todos se cumprimentaram desejando “feliz ano novo”, saímos do galpão onde estava acontecendo a festa para ver um céu repleto de estrelas e o Edu me desejou feliz aniversário e logo todos estavam me desejando o mesmo. Antes que pudesse perceber as pessoas estavam cantando feliz aniversário em espanhol e depois cantamos em português.
É uma sensação indescritível comemorar o aniversário no meio das Cordilheiras dos Andes com um céu tão cheio de estrelas como eu nunca tinha visto.
Agora só sei que sempre quero passar essa data do ano em um lugar que não está na maioria dos roteiros turísticos. Eu quero o desconhecido!

André

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